O objetivo do desafio é colocar designers à disposição de pequenos negócios locais para colaborar na transição ao mercado online dessas economias
Desafio convoca designers do mundo todo a contribuir com economia local em tempos de pandemia
A pandemia de coronavírus deve afetar a economia mundial e brasileira de maneira significante. Aqueles que dependem de comércio local e não estão na classificação de serviços essenciais tendem a sentir ainda mais o grande impacto econômico. Contudo, algumas alternativas de economia criativa estão surgindo para minimizar o baque, como é o caso do Designers do Povo – O Grande Desafio de Design Contra o Covid19.
Com ele, é possível promover o encontro de profissionais digitais com os proprietários de pequenos negócios de maneira colaborativa e sem custo. Entre as inúmeras soluções criativas para ampliar a atuação destes pequenos proprietários na web, os Designers contribuem para criar identidade visual, desenvolver presença digital nas redes sociais, gerar comércio online e elaborar estratégias de crescimento.
Para ser voluntário, basta se cadastrar pelo app e procurar um pequeno negócio para auxiliar. A jornada se apoia em três passos para regenerar a economia local: encontrar um negócio, oferecer o seu talento de forma colaborativa e espalhar a palavra. O poder está nas mãos destes profissionais. Se você é microempreendedor e precisa de ajuda, clique aqui para se cadastrar.
Rui Lira, o idealizador da iniciativa, cita a importância de aliar o conhecimento e a tecnologia em momentos de crise como esse. “É onde o nosso trabalho se torna mais relevante, porque é onde o potencial de transformação social está latente”, explica. Ele também fala sobre a urgência de globalizar a ideia. “Para criar consciência sobre a relevância do comércio local e do microempreendedor para a prosperidade das economias locais e vitalidade das cidades”, completa.
O projeto tem perspectiva de atuação em nível global. Além do Brasil, designers de outros países como Itália, Canadá e México também aderiram à ideia. É o caso de Marcelo Pereira, embaixador da iniciativa em Portugal. “Com um bocado da ajuda de todos, nós conseguiremos fazer a diferença”, conta. Marcelo ainda destaca a importância de espalhar o projeto como embaixador. “A ideia é ter alguém, neste caso em Portugal, para tentar mobilizar o máximo de pessoas possíveis”, conclui.
Em pouco tempo de desafio, a iniciativa já cumpre o seu propósito: na primeira semana, foram mais de 100 designers e 30 proprietários envolvidos. Atualmente, já são 225 colaboradores de 16 países presentes no projeto. Alex Fisberg e Vitor Motomura são dois dos proprietários envolvidos. Eles contaram com a ajuda de Paula Ynemine, que auxiliou na criação de posts para uma campanha de arrecadação deles.
A ideia foi coletar recursos para a produção e doação de máscaras, destinadas a hospitais durante a pandemia. “Essa era uma campanha bem emergencial, por questão de necessidade. Existe um pequeno empreendimento por trás da iniciativa do Alex”, comenta Paula. Alex conta que a iniciativa foi a partir do atelier de seus pais e que é difícil contratar profissionais de marketing digital. “O mais legal é que conseguimos captar a primeira meta em poucos dias”, conta ele.
Apesar de ter surgido em meio à urgência do contexto de pandemia, o Designers do Povo é um projeto implementável a longo prazo na regeneração de economias locais – uma das principais afetadas pelas consequências da Covid-19.