Começar o projeto direto pela interface visual é um erro

Um projeto cujo objetivo é “melhorar o visual” está fadado ao fracasso Recentemente eu trabalhei no projeto de redesign de um aplicativo, onde o objetivo era “trazer o layout para 2016”. No começo eu não vi problema nenhum e fui direto para o meu computador desenhar as telas. Mas, com o tempo, inconsistências e problemas …

Um projeto cujo objetivo é “melhorar o visual” está fadado ao fracasso

Recentemente eu trabalhei no projeto de redesign de um aplicativo, onde o objetivo era “trazer o layout para 2016”. No começo eu não vi problema nenhum e fui direto para o meu computador desenhar as telas. Mas, com o tempo, inconsistências e problemas de usabilidade foram aparecendo e eu não tinha previsto nada disso, pois estava apenas replicando a mesma arquitetura com um novo visual.

E foi assim que eu aprendi uma valiosa lição na minha carreira como designer:

Um projeto cujo objetivo é “melhorar o visual” está fadado ao fracasso

Jesse James Garrett é um arquiteto de informação que ficou muito famoso no mundo do design quando lançou o diagrama de Elementos da Experiência do Usuário. Esse diagrama define as etapas da concepção de um produto digital de forma organizada e centrada na experiência do usuário.

De forma bem resumida, as etapas são:

Estratégia
É onde definimos os objetivos da empresa e os objetivos do usuário. Qual problema estamos tentando resolver e o que o usuário espera do nosso produto.

Escopo
Aqui partimos para a parte prática, definindo quais features vamos desenvolver (e quais definitivamente não vamos). A camada de estratégia diz o que o usuário precisa, e no escopo definimos como que o produto entrega isso.

Estrutura
Nessa etapa do processo nós organizamos tudo o que foi definido na etapa anterior e começos a imaginar como cada feature ficará disposta no produto. É o processo de mapeamento de todas as páginas de um site ou da jornada do usuário pelas telas do seu app, por exemplo.

Esqueleto
Basicamente wireframes e sketches em média-fidelidade onde definimos onde os elementos do nosso produto serão exibidos para o usuário.

Superfície
Após passar por todas essas etapas, é então, e só então, que começamos a definir a interface do nosso produto. Pensar em cores, fontes, espaçamento de linhas, estilos e harmonia de elementos é nessa fase, quando todo o projeto já foi devidamente planejado para uma melhor experiência de uso.

Posso ter sido um pouco tendencioso na hora de descrever a última etapa, mas meu objetivo é destacar como trabalhar na interface é a última etapa do projeto e que muitas vezes cometemos o erro de começar por ela. Se você trabalha em uma equipe e precisa reportar suas decisões para um Product Management, por exemplo, é muito provável que ele não entenda todas essas etapas, e cabe ao designer explicar a importância desse processo.

Seguindo esse processo, nós partimos do mais abstrato, que é quando levantamos as necessidades do usuário (que podem mudar ao longo do tempo) e dos objetivos do produto (que pode mudar ao longo do planejamento da empresa), e vamos avançando cada vez mais para etapas mais concretas onde começamos a esculpir o produto.

Claro, o conceito é muito mais abrangente e aqui está apenas uma explicação bem resumida.

Talvez esse artigo sirva para começar a conversa com a sua equipe e explicar de forma bem resumida a importância de todas as etapas que precedem o visual do seu produto.

Dalmir

Dalmir

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