Ao contrário do que você provavelmente pensou, não vou começar com nenhuma dica de curso, ferramenta ou decisão de vida. Ao longo dos 10 anos de trabalho dentro da área de design percebi (mas creio que qualquer pessoa mais inteligente que eu notaria isso antes) que a primeira coisa que deve vir em sua mente, …
7 lições para designers: saúde
Ao contrário do que você provavelmente pensou, não vou começar com nenhuma dica de curso, ferramenta ou decisão de vida.
Ao longo dos 10 anos de trabalho dentro da área de design percebi (mas creio que qualquer pessoa mais inteligente que eu notaria isso antes) que a primeira coisa que deve vir em sua mente, independente de sua área de atuação ou idade é: SAÚDE.
Não, não é “papo de velho” não. Bom, talvez. Meus queridos, se vocês não prezarem pela sua saúde, nenhum dinheiro, médico, remédio ou tratamento vai cuidar ou trazê-la de volta.
Deixe-me explicar em detalhes sobre o que estou falando.
Quem gosta, como eu, das multicoloridas e variadas gostosuras tecnológicas do mundo virtual, provavelmente usa a maior parte do dia navegando, jogando, fuçando, experimentando, lendo e descobrindo coisas no smartphone, tablet e computador. E de tão imersos e distraídos que ficamos, colocamos nosso corpo de castigo. Ou esquecemos que temos um, pois parece que a vida acontece no mundo virtual.
E quando voltamos a realidade… olhos secos e ardendo, costas doendo, pescoço latejando, dores nos dedos, pulsos e ombros, noites mal dormidas, nos irritamos facilmente e não conseguimos prestar atenção nas pessoas que interagem com a gente.
Creio que posso dizer com segurança que pelo menos uma dessas coisas já aconteceu ou acontece com você. E com frequência. E se a resposta for um sim, mesmo que tímido, então meu chapa… você está com problemas. Resta apenas ser mais inteligente que eu.
Há anos atrás, pequenas e discretas dores no meu pulso (do mouse) começaram a incomodar. Depois migraram para o ombro direito. Coisa boba sabe? Igual suas dores. Mas ignorei. Coisa que você não fará por ser mais inteligente que eu.
De uns meses para cá, as dores ficaram intensas. A frequência aumentou e a intensidade também. As dores que antes passavam se eu desse uma pausa do computador de alguns minutos, não passavam mais. Então comecei a dar uma pausa de horas. E com o tempo essas horas de pausa não diminuíam as dores. Até o ponto que tive que ficar uma semana inteira sem tocar no computador, pois não aguentava de dores. E só depois dessa semana inteira (e olha que fui até em pronto socorro) é que a dor começou a diminuir.
Todo aquele meu tempo de empolgação no Flash, Photoshop, After Effects, na Steam, Facebook e em tantas outras coisas que gosto acabaram por machucar (segundo o quarto ortopedista que fui) um tendão de um dos músculos do meu ombro.
Troquei o Photoshop e a Steam pela ressonância magnética, raio-x e sessões de fisioterapia. Aconteceu no ombro, mas poderia ser no pulso. No pescoço. Ou na coluna. Nos olhos talvez.
Troquei a mesa (feita sob medida) e cadeira. Reposicionei o monitor. Fiz um novo óculos com lentes tratadas. Li diversos textos sobre postura, L.E.R., normas da ABNT. Fui em diversos ortopedistas. Fiz vários exames. Tomei remédios. Fiz RPG e fisioterapia.
Nada disso devolve a saúde ou reembolsa o tempo perdido. Por causa das dores as vezes fui privado de passar um tempo no Photoshop. De jogar com os amigos. De dirigir pra ir no mercado. De fazer os serviços domésticos.
O que começou com um incômodo besta, de uma hora pra outra se tornou algo grave. Uma dor não só física, mas um pouco no ego também. Já se imaginou impedido de fazer o que gosta por causa de uma dor.
Não vou dar nenhuma dica aqui pra evitar que você use como regra e eu não sou nenhum especialista. Como você é mais inteligente que eu e não fica tanto tempo na frente do computador ou torcendo os dedos no smartphone, provavelmente irá atrás de ler sobre a altura correta do seu monitor, a intensidade do brilho, a postura ideal em um escritório, os tempos de pausa, os exercícios laborais, além de se cuidar e também cuidar da atenção com as pessoas a sua volta.
Obviamente o que deixo aqui é apenas um de muitas experiências minha na vida profissional. Obviamente não é porque aconteceu comigo que vai acontecer com você. Mas caso você não tenha adamatium em suas juntas, um gene X de regeneração e goste de sua profissão, talvez encontre algo de útil nesse texto 😉