Já saiu de uma palestra sem compreender exatamente a linha de raciocínio do palestrante? Se a resposta foi sim, não se preocupe. Isso é mais comum do que você imagina e a solução para esse problema é baseada na síntese da facilitação gráfica, ou seja aliar dois estilos de aprendizagem. Cada pessoa tem uma forma …
Facilitação gráfica: quando a arte ajuda na compreensão
Já saiu de uma palestra sem compreender exatamente a linha de raciocínio do palestrante? Se a resposta foi sim, não se preocupe. Isso é mais comum do que você imagina e a solução para esse problema é baseada na síntese da facilitação gráfica, ou seja aliar dois estilos de aprendizagem.
Cada pessoa tem uma forma de absorver aquilo que está sendo discutido ou apresentado, mas seja qual for o seu perfil de aprendizagem a facilitação gráfica veio para minimizar seus problemas e potencializar a forma com que você compreende qualquer assunto.
Mas afinal, o que significa facilitação gráfica?
A Facilitação gráfica é a arte de traduzir e transformar as ideias centrais de um discurso em palavras e imagens registradas em um painel construído em tempo real. Ela surgiu em 1970 e foi criada por um grupo americano de consultores de comportamento organizacional.
No Brasil, ela ainda é pouco conhecida e costuma surpreender todas as pessoas que participam de eventos que fazem uso da facilitação gráfica.
Atualmente estima-se que 70% das pessoas aprendem mais visualmente e que a combinação de imagens e textos auxiliam em uma absorção 40% maior das informações transmitidas.
A idealizadora da Peppe Design e facilitadora gráfica, Gabriela Emmerich, trabalha com essa ferramenta há um ano e explica que o trabalho do facilitador também é extrair dessa experiência um engajamento maior do público com o tema.
O fato de ter alguém desenhando ao vivo desperta um maior interesse nas pessoas e portanto, o número de perguntas aumenta o que acaba enriquecendo o evento e o painel. Sem contar que você tem aquele registro visual e pode recorrer a ele a qualquer momento, completou Gabriela.
Um dos pontos chave do trabalho de um facilitador é ver que ao final do evento o palestrante consegue compreender tudo aquilo que ele queria passar para o público analisando o painel construído simultaneamente à sua apresentação.
Sobre essa questão, Gabriela explica que um dos maiores desafios que ela encontrou nessa jornada foi facilitar em um evento internacional.
Logo no meu primeiro evento internacional fui contratada para facilitar um misto de workshop e palestra de um russo e de um grupo de espanhóis. Como todos iriam discursar em Inglês, durante todo o processo eu precisei me concentrar ao máximo para que essa peneira de traduções representasse o estudo deles de forma adequada, explicou
Para ter certeza que tudo caminhava conforme a proposta, a cada oportunidade a facilitadora pedia para o palestrante acompanhar o painel e dar um feedback sobre a forma com que as informações estavam sendo ilustradas.
No final, todas as devolutivas foram ótimas e o pessoal que estava assistindo veio conversar comigo sobre como foi bacana ter essa alternativa durante o evento, comentou Gabriela.
E a aplicação dessa ferramenta não se resume somente ao universo dos cursos e palestras. Algumas empresas tem utilizado o trabalhado do facilitador para acompanhar reuniões internas, principalmente quando precisam lançar um novo projeto ou produto e também para atualizar seus funcionários quanto às políticas da empresa.
Já tive a oportunidade de trabalhar em reuniões de algumas empresas e as experiências foram muito enriquecedoras não só para mim, mas também para quem participou de reuniões com esse formato. É muito mais fácil engajar um grupo quando todos estão compreendendo a mesma coisa, revelou.
Esse apoio visual representa aquele velho ditado do “entendeu ou quer que eu desenhe” de uma forma muito prática e clara. O bacana dessa interação com atividades oriundas do setor de RH é que as vezes uma área aponta um problema e outra já entrega a solução. E o painel acaba ficando como um acordo do que foi discutido na reunião, explica a facilitadora.
Para que tudo isso seja possível, é realizada uma reunião prévia com os palestrantes ou gestores. Geralmente, essa conversa inicial me ajuda a compreender o tema que vai ser abordado, a duração e o número de pessoas que vão estar presentes. Dessa forma eu consigo me preparar melhor para o dia do evento, completou.
Para o ex-bancário José Carlos Alves, essa ferramenta é de extrema importância para o mundo corporativo. Quando fazíamos uso desse formato nas reuniões de equipe, era nítido como os envolvidos se comprometiam e se engajavam mais com o tema. E principalmente, como nós conseguíamos desdobrar esse tópico em tantos outros que ajudavam na construção de soluções e até nós mostravam pontos de conflito que antes não estavam tão nítidos, explicou.
Nesse universo, cada trabalho realizado agrega um pouco mais de habilidade ao facilitador. No caso da designer, a sua própria trajetória proporcionou uma maior facilidade para trabalhar nesse nicho.
Criada em Minas Gerais, Gabriela Emmerich, teve como primeira formação a pedagogia e conta que a arte sempre esteve presente em sua vida pessoal e profissional.
Quando resolveu investir em uma segunda graduação, não houve dúvidas quanto à escolha do Design. Durante o período acadêmico ganhou uma bolsa para estudar design de inovação por um ano em Milão.
Nesse período aproveitou para ampliar suas habilidades fazendo cursos paralelos em ilustração e pintura na Scuola Superiore d’Arte Applicata del Castello Sforzesco.
Após concluir a graduação, Gabriela teve a oportunidade de trabalhar com uma grande agência de São Paulo e desenvolver materiais para Mattel, Warner Bros, Universal, Joe Boxer, entre outros grandes nomes.
Com o passar do tempo e com toda bagagem conquistada a vontade de empreender falou mais alto e foi aí que surgiu a Peppe Design. A empresa está prestes a completar 2 anos e espera abraçar mais projetos interessantes para transbordar cada vez mais conhecimento para o mercado curitibano.
Por Renata Alves