O design, a criatividade e a pandemia

Com a crise do coronavírus, várias profissões estão se reinventando. O design é uma delas. Mais do que nunca, nós, profissionais desse nicho, precisaremos mostrar para o que viemos. Saber lidar com o novo, com a adversidade e com as mais diversas situações que o cenário vem nos apresentando. É inevitável não perceber as mudanças …

Com a crise do coronavírus, várias profissões estão se reinventando. O design é uma delas. Mais do que nunca, nós, profissionais desse nicho, precisaremos mostrar para o que viemos. Saber lidar com o novo, com a adversidade e com as mais diversas situações que o cenário vem nos apresentando. É inevitável não perceber as mudanças que já estão ocorrendo. Em uma crise desse porte, o ato de ser visto e de se comunicar acaba se tornando uma ação guiada pela empatia. A população espera que as empresas sirvam de exemplo.

Como doutor e consultor em Design há 30 anos, entendo que a versatilidade da profissão e sua grande demanda no mercado a faz crescer mesmo que em meio a uma pandemia. O design thinking, por exemplo, nunca fez tanto sentido, pois se trata de uma abordagem que visa desenvolver soluções criativas para demandas e problemas existentes. Precisamos concordar que a Covid-19 é a bola da vez!

Para se ter uma ideia da dimensão da nossa responsabilidade e a importância do design nesse cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com Organização das Nações Unidas (ONU), publicou um edital solicitando a ajuda de pessoas criativas do mundo inteiro. A ideia era justamente a de criar projetos, vídeos e ilustrações com propostas positivas e importantes para o combate à pandemia, ou seja, um ato global de amor e empatia.

O design requer do profissional a capacidade de aprimoramento, sensibilidade e desenvolvimento. O design é uma profissão multidisciplinar e transversal e embora o cenário seja perturbador, não tem sido uma tarefa difícil para nós, pois trabalhamos com isso o tempo todo.

Analiso e vejo esse momento como mais uma grande possibilidade de expansão da profissão e de nós profissionais. A forma com que pensamos nos leva a observar os problemas e questões a serem resolvidas por ângulos que a maioria das pessoas não percebe. Esse olhar nos auxilia com a criatividade que, inevitavelmente, estará associado a um pensamento estratégico inerente à profissão.

O mercado mundial, em especial o brasileiro, exige dos profissionais projetos e produtos cada vez melhores, ainda mais agora que as empresas precisam se destacar no mercado. E, embora isso já faça parte da rotina mercadológica, o profissional precisará ir além e mostrar ainda mais para que veio. 

É fato que, nos últimos cincos anos, a profissão tenha se atualizado em uma velocidade assustadora. Ao mesmo tempo que se expandiu, ampliou suas conexões com outras áreas do conhecimento, fomentando possibilidades jamais vistas anteriormente.

Acredito que, nos próximos cinco anos, o designer estará muito mais conectado a questões sustentáveis e sociais do que é hoje. Trata-se de um processo. Ele fará uso da inteligência sistêmica na criação, produção, distribuição e reaproveitamento de produtos. Além da atribuição de novos significados para coisas e situações. Essa crise irá modificar nossos valores e tudo será diferente daqui para frente. Finalmente, aprenderemos o real significado da palavra “ressignificação”.


O autor

Camilo Belchior
Doutor e consultor em design

Designers Brasileiros

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