Conheça minha metodologia para uma evolução real — pessoal e profissional — mesmo em tempos de crise. Remexendo em meus arquivos encontrei um post desta mesma época, na virada de 2015 para 2016. "O ano de 2015 no Brasil foi marcado por acontecimentos tristes, que repetem-se infelizmente ano após ano. Violência urbana absurda, total falta de disposição e planejamento político, corrupção …
Por um 2017 melhor, estude e produza
Conheça minha metodologia para uma evolução real — pessoal e profissional — mesmo em tempos de crise.
Remexendo em meus arquivos encontrei um post desta mesma época, na virada de 2015 para 2016.
“O ano de 2015 no Brasil foi marcado por acontecimentos tristes, que repetem-se infelizmente ano após ano. Violência urbana absurda, total falta de disposição e planejamento político, corrupção (da sede do Planalto à sua ligação clandestina de tv) e um baixíssimo investimento em educação, de forma geral. Fora daqui, o terrorismo e as sequelas do fanatismo voltaram a assombrar o noticiário, o que convenhamos, também não chega a ser grande novidade. A impressão que fica, porém, é que vivemos um ano terrível, digno de esquecimento. Lamento refletir que, ao julgar pelos noticiários, não veremos melhorias em breve. Talvez por que o mundo esteja realmente piorando ou por que nos atentamos ao que repercute mais, isto é, notícias ruins?”
Retornamos à atualidade. E o que dizer de 2016? Um ano para ser esquecido, certo? Tudo vai de mal a pior… Mas coisas parecidas aconteceram em 2015. E ainda assim muita gente prosperou honestamente. Mas como manter a concentração e evoluir em uma realidade como a nossa? Já aviso de antemão, ‘xingar no Twitter’ não ajuda.
Em mais um ciclo que se inicia faço uma análise do que passou e encontro progresso em minha história — ainda que a realidade do Brasil e do mundo nos seja tão contrária. Concentro então algumas reflexões do que fazer para não se deixar tomar pelo negativismo vigente e trabalhar por você e seus queridos em busca de um 2017 melhor.
A evolução como um processo
Acredito que você já tenha ouvido falar de Design Thinking, Agile e Lean UX.
Se não está familiarizado, a ideia destas metodologias de projeto é garantir que equipes de Design e Programação trabalhem de forma conjunta e otimizada — publicando produtos digitais melhores no menor prazo possível.
Minha ideia de evolução pessoal e/ou profissional em etapas utiliza justamente um apanhado de fases destas metodologias e as relaciona ao nosso cotidiano — produzindo uma uma receita prática do que fazer para seguir crescendo. Me baseei em 4 etapas e dividi tudo assim:
- Estudar e Produzir
- Apresentar e Evoluir
Para não criar um post excessivamente longo e perder sua atenção para as notificações do Facebook dividirei 2 fases em cada postagem. Hoje trataremos da primeira.
Quer crescer? Estude!
Quando falamos de projetos de Design, esta fase trata do conhecimento do que é o projeto. O que o cliente quer, qual a necessidade dos usuários nesta ideia e etc. Já quando tratamos de nossas vida, o papo é muito mais abrangente e infinito — nunca teremos estudado o suficiente.
Para começar, não preciso explicar aqui por que estudar nos faz melhorar de vida, não é mesmo?! Acho que, se está interessado em ler este texto e chegou até aqui, você já sabe bem disso. O fato é, estudar o que em 2017?
Você pode começar por um curso universitário, caso não o tenha. Não quero entrar numa discussão aqui se isso é necessário realmente ou se você vai aprender tudo que precisa na faculdade (tenho um post sobre isso) mas é fato que passar anos estudando e trabalhando com um assunto específico te farão melhorar nele — com certeza.
Se já passou deste ponto, é hora de se especializar. Existem milhões de cursos online para todo e qualquer assunto que desejar aprender. Pode ser relacionado com sua realidade ou completamente diferente, caso queira mudar de vida. Se não tem o inglês afiado, esse é o primeiro passo. Você já tem o que estudar! Comece pelo Duolingo — aplicativo muito bacana para aprender línguas em seu tempo livre. Tente evoluir pra outros assuntos com os MOOCs (Massive Open Online Courses), cursos abertos que estão por aí em todo canto. O Google pode te ajudar com essas recomendações mas, por exemplo, que tal checar as opções de curso online que as próprias universidades brasileiras oferecem?
Também recomendo o site Edx.Org e o Coursera.Org. Já fiz vários cursos neles e em alguns casos, até certificado no Linkedin te geram.
No meu caso particular, já tenho o que melhorar em 2017. Quero cursar materias relacionadas à Prototipação das telas que projeto. Sketch e Principle, por exemplo, são aplicativos que se conectam para criar interfaces animadas de aplicações — uma maneira de apresentar seu trabalho de forma muito mais encantadora. Existem cursos gratuitos no YouTube e pagos no Udemy, por exemplo. Farei o investimento, creio que será uma evolução e tanto para meu trabalho.
Já conhece a maioria destas coisas? E que tal um mestrado ou uma especialização presencial, já considerou isso também? Aqui entra novamente um testemunho pessoal. Jamais considerei tal ideia. Não me vejo como um indivíduo acadêmico, sempre achei que um título como este seria tão importante quanto meu diploma universitário — que nunca pendurei na parede. Exatamente há um ano, jamais diria que cursaria hoje meu Mestrado em Milão, na Itália — sem precisar gastar nada com isso…
No meu caso, devo muita à descoberta de minha esposa. Ela encontrou um concurso que valia uma bolsa de estudos. Me dediquei ao projeto com afinco, ganhei a bolsa e aqui estamos. Dez anos depois da graduação, aqui estou eu de volta à sala de aula — me sentindo um velhinho no meio dos jovens mas adorando a chance de aprender mais e de uma forma mais aprofundada. Depois disso, percebi a imensa quantidade de instituições pelo mundo afora que concedem bolsa a alunos estrangeiros. É uma ótima maneira de elevar o nível dos cursos sem gastar muito mais. Dedicados alunos estrangeiros tendem a pressionar e ajudar as turmas a trabalharem mais e melhor.
Faça uma pesquisa rápida por Scholarship 2017 no Google. Procure também relações com Contests. Você certamente se surpreenderá com um mundo de opções que nem sabia que existia.
Em resumo: Por um 2017 melhor, volte a estudar! Estude mais e de forma otimizada. A evolução tecnológica está aí para isso, afinal. Deixe de lado o pessimismo de 2016 e se concentre em mudar sua vida e das pessoas que você ama. Aprenda uma coisa nova a cada dia e nunca considere ter aprendido o suficiente.
Quer crescer? Produza!
Após falarmos dos estudos, abordo a necessidade de produção de conteúdo nos dias de hoje. E como faz parte do meu dia-a-dia, trato da fase criativa do processo.
Acho oportuno o termo produção aqui pois não me refiro apenas a profissionais de uma área declaradamente criativa. Acredito que esta metodologia é abrangente e pode auxiliar qualquer pessoa, independentemente de suas inclinações ou áreas de interesse.
Você, engenheiro — por exemplo — pode publicar artigos em um blog — com modelos visuais e ilustrações adequadas para o que divulga. Você, agrônomo, em busca de expandir seus conhecimentos pode criar apresentações detalhadas de práticas que estuda explicando e aplicando um toque pessoal ao conteúdo. Afinal, qual é a melhor maneira de proclamar seu conhecimento? Através de uma lista de atribuições em seu currículo ou em meses de ideias publicadas, discutidas e aperfeiçoadas?
Processo criativo
Para começar, recomendo que se pesquise um pouco sobre o processo criativo. É importante entender como nosso cérebro funciona, como criamos novas soluções em uma realidade que já apresenta bilhões de ideias e execuções e como facilitar ou induzir este processo.
Conforme grandes criativos do passado já nos ensinaram, na relação transpiração x inspiração a primeira tem um fator muito mais importante e primordial que a segunda. Desta forma, é preciso estar preparado e colocar para fora o maior número de ideias possíveis afim de testar e estudar encaixes em busca de um modelo novo — criado à partir do que existe.
“Em todas as operações da Arte e na natureza nada é criado; existe uma quantidade igual de matéria antes e depois do experimento. Tudo, na verdade, se transforma.”
Muito comumente nos deparamos com tal declaração atribuída ao cientista francês Antoine Lavoisier. O tradicional enunciado, porém, não é de Lavoisier mas do poeta latino Titus Lucrecius Carus (55 a.C.), baseado nas ideias do filósofo grego Epícuro (270 a.C.) sobre Física.
Planeje criar
Se você tem sabe que tem algo para criar, prepare-se. Novas ideias tendem a surgir a qualquer hora. No banho, durante uma caminhada, na mesa do café da manhã. Recomendo aplicativos de anotação como o Google Keep, para registro de ideias. Perfeito para substituir o velho bloquinho de papel pois está sempre presente hoje em dia.
Entre no clima
Existem pessoas que são mais despertas para iniciar e conduzir bem esse processo no primeiro período do dia. Outras produzem melhor durante a madrugada. A primeira recomendação é testar todas as situações e descobrir qual sua melhor hora para produzir — seja lá o que for.
Agora é hora de criar um clima mesmo. Algumas pessoas gostam de silêncio total. Pessoalmente, gosto de música instrumental, que me embala sem tirar a concentração. Costumava trabalhar com playlists do YouTube antes de assinar o Spotify. Hoje, defino alguma linha de Jazz ou Blues e me concentro em minha tarefa.
Insista, insista e insista
O importante neste ponto no processo criativo é ser paciente e insistente.
É impossível ir do quadro branco à obra de arte, sem rascunhos ou erros. As primeiras opções, em geral, não são boas. Para mim, para você, para os gênios da humanidade.
Considere esta imagem: acima da cabeça de Nossa Senhora você encontra outro esboço de rosto com véu. Na parte posterior, repare que essas pernas atrás das pernas do Cristo ficam sem dono pois o escultor desistiu de evoluir a figura nesta posição. O mesmo acontece com o braço do Cristo, desconexo do bloco principal por pertencer a um desenho já abandonado.
Esta é a última — e inacabada — obra de Michelangelo, a Pietá Rondanini! É curioso que, justamente em seu trabalho derradeiro, este grande gênio da arte tenha deixado à mostra seu processo, como herança para a humanidade. Voltando ao nosso ponto, se esses caras esboçavam, mudavam e continuavam buscando o ideal, o que temos a temer?
Trabalhe o máximo que puder, se desapegando de suas ideias fixas e voltando ao ponto inicial sempre que perceber que os resultados tem ficado muito parecidos. Descanse e deixe um pouco para depois, muitas ideias são melhoradas consideravelmente numa retomada, após um justo descanso. Insista e repita até sentir que produziu algo suficientemente bom.
Prazos são imprescindíveis
Fique atento ao perfeccionismo. Não deixe que este esmero excessivo te prenda em uma produção sem fim. O produto perfeito simplesmente não existe. Determine prazos para as tarefas e trabalhe de forma séria — sem extrapolá-los. Foque-se em finalizar as coisas, não por que as considera completas e intocáveis mas por que só se caminha para as próximas fases ao finalizar nossas produções.
Mas criar o que?
Se você se interessa por Design de Interfaces, tenho vários posts com ideias para ajudar. Mas para sintetizar em algo interessante para o ano que se inicia, recomendo um Desafio Social como o Daily UI — uma comunidade que te estimula a criar um elemento de interface novo diariamente. Para outras áreas criativas, recomendo este ótimo artigo na Smashing Magazine.
Se não é da área criativa, listo rapidamente algumas ideias que podem te ajudar a produzir algo interessante:
- Crie artigos para postar no Linkedin;
- Crie um blog próprio e publique nele, divulgando em suas redes sociais;
- Crie uma fanpage, divulgue conteúdo de terceiros e intercale com seu material — ilustrações, mapas esquemáticos, gráficos e etc;
- Crie apresentações em Powepoint resumindo livros ou artigos que gostou ou não, adicionando seu estilo ao conteúdo;
- Crie um canal no Youtube, filme suas opiniões e produza vídeos curtos e informativos.
Em resumo: Por um 2017 melhor, produza! Mostre ao mundo o que você já sabe ou o que pretende descobrir compartilhando conhecimento, nas mais variadas formas que puder — e não só em linhas de texto de seu Curriculum Vitae. O retorno pode não ser imediato, esteja ciente. Mas o registro de seu esforço continuará online e disponível, vagando como um grande lagarto que deixa sua cauda longa exposta e pronta para ser encontrado no futuro por algum interessado.
Agradeço seus minutos de leitura! Se curtiu espalhe a palavra, vai ajudar me motivando a escrever mais sobre minha experiência em Milão e meus estudos no mestrado de Visual Design.
Aproveite seus minutos sagrados de vida e cresça sempre!